Achei bem bacana e importante essa reportagem e resolvi compartilhar com todos voces esse trabalho, espero que gostem e divulguem tambem.
Dança para surdos
Quem disse que surdos não podem ser dançarinos ou curtir uma música? O Grupo de Dança Surdos Videira é uma prova que tudo é possível através da interação de um trabalho desenvolvido que objetiva a inclusão social.
Liderado pelo intérprete Nilton Câmara, o grupo de 5 pessoas ensaiam coreografias e as apresentam em eventos particulares ou do governo na cidade de Fortaleza - CE. De acordo com Câmara, o grupo é reduzido porque é necessário trabalhar com cada um de forma intensiva e aproveitando melhor as habilidades individuais.
Há uma seleção para ingressar no grupo de dança. Na primeira fase, os candidatos são avaliados pelo histórico escolar e familiar, após essa aprovação há os requisitos técnicos de ritmo e expressão corporal. Essa triagem ocorre em média uma vez por ano.
Antes de qualquer atividade corporal, Nilton prepara seus alunos para conhecer a letra da música que será dançada, compreendendo seu significado e auxiliando nos conhecimentos da Língua Portuguesa. O próximo passo é sentir as vibrações do som e daí aplicar o texto a Libras (Língua Brasileira de Sinais), que é quando os participantes “cantam”. Isso resulta em musicalidade do corpo.
A sala de ensaio é adaptada com objetos simples, como o espelho, o aparelho de som com potência para deixar a música em volume altíssimo e o chão de assoalho de madeira, que facilita o aluno a sentir as vibrações.
Cada jovem apresenta sua facilidade ou dificuldade em demonstrar seus talentos, por isso os ensaios podem chegar até 8 meses, mas o que se busca é o nível possível de cada um, sendo trabalhados as expressões corporal e facial. Isso reflete no comportamento no âmbito social, pois passa a se expressar melhor vencer a timidez.
A proposta principal do projeto é transformá-los em atores com autonomia e não apenas em copistas, que imitam os sinais repassados por um ouvinte.
“Esse projeto é fundamental para a valorização da pessoa surda, que passa a se sentir cidadãos de direitos e além de valorizar a autoestima, acreditando que é eficiente e capaz de qualquer atividade através de outros sentidos que são aguçados, em que se iguala a outras pessoas sem deficiência. Assim ela conquista o seu espaço”, diz Nilton Câmara.
Para obter maiores informações sobre o grupo ligue: (85) 9969-4059
www.niltoncamara.net
Fonte: SENTIDOS